Os tendões são estruturas firmes, geralmente com o formato de cordas, que conectam os músculos aos ossos. Assim, quando os músculos se contraem, os tendões deslizam e produzem os movimentos.
Os tendões que realizam a flexão dos nossos dedos (ou seja, que “dobram” os dedos) localizam-se na face palmar do punho, mão e dedos. Atravessam um túnel situado no punho- o túnel do carpo- e mantém um formato semelhante a um cordão até prenderem-se aos ossos. Já os tendões que realizam a extensão dos dedos (ou seja, que “esticam” os dedos), também possuem um formato semelhante a cordões ao atravessarem o dorso do punho e mão, porém no dorso dos dedos assumem um formato achatado, e adotam um arranjo mais complexo (vide abaixo).
1-Mecanismo extensor dos dedos
2-Tendões flexores dos dedos
Em virtude de seu posicionamento superficial, os tendões podem ser facilmente seccionados em feridas cortantes na mão e punho, sejam no dorso ou na palma. Esses traumatismos podem ocorrer em ambiente doméstico (geralmente causados por vidro, facas, etc), em acidentes de trabalho (envolvendo serras, lâminas, etc), em situações de agressão, e outras. As lesões podem ocorrer isoladamente ou associadas a lesões de outras estruturas (por exemplo: nervos, principalmente se a ferida é na face palmar da mão; ou ossos, em casos de fraturas expostas).
Os sinais típicos da lesão tendinosa são: feridas no trajeto do tendão, a incapacidade de realizar o movimento , ou mesmo a dor quando se tenta produzir tal movimento.
3- Lesão do tendão extensor do dedo médio, observando-se o dedo “caído”, a incapacidade de realizar sua extensão, e a cicatriz do ferimento na base do dedo.
4-Lesão dos tendões flexores do dedo médio, observando-se a incapacidade de realizar a flexão deste dedo, bem como a ferida que causou a ruptura tendinosa.
Tratamento
A maioria das lesões tendinosas requer tratamento cirúrgico, em que o tendão lesado é reparado. Geralmente, a ferida é ampliada, de modo que os cotos tendinosos possam ser encontrados e suturados. O tipo de ponto usado e a imobilização necessária para proteger o reparo até que este cicatrize vão variar de acordo com o local da lesão.
Uma etapa de importância crucial na recuperação das lesões tendinosas é o protocolo de reabilitação pós-operatória, a cargo do(a) terapeuta da mão. O objetivo desta fase é manter o tendão deslizando, de modo que se evite sua aderência às estruturas vizinhas, e ao mesmo tempo protegendo sua cicatrização, de modo que não haja ruptura ou afrouxamento dos pontos.
A recuperação completa de uma lesão tendinosa, com o retorno da força, movimento e função, pode levar meses, e pode envolver mais de um procedimento cirúrgico. O resultado pode ser comprometido, principalmente se houver lesões associadas (por exemplo, em traumatismos do tipo esmagamento ou naqueles em que há perda de pele).